Vem este post a propósito da leitura de um excelente livro, essencial para a compreensão do conflito de 7 de Junho de 1998 na Guiné-Bissau, que opôs o presidente Nino e o seu governo a uma força rebelde, auto-denominada Junta Militar.
Comprei este livro no aeroporto da Portela, em Lisboa, no exacto dia, em que, após o Natal e festa de Ano Novo, viajei de novo para cá. Uma pausa para comprar tabaco (esse vicio execrável, que nos torna, na actualidade, criminosos aos olhos da sociedade…), e eis um título que me chama a atenção. A viagem é para Bissau, e o título “Bissau em chamas – Junho de 1998), não podia deixar de captar-me a atenção. Pareceu-me coincidência, mas talvez não o seja – em cada viagem que faço a Portugal, sempre me abasteço de exemplares dos mais variados géneros literários, pelo menos quatro por cada mês que tenciono cá passar. A leitura e os livros sempre me encantaram, desde o dia (o dia exacto, eu lembro-me!) em que comecei a ler e o mundo, de repente, começou a fazer sentido para mim. Nesta busca constante do conhecimento na forma impressa, uma forma de ver o mundo subindo aos ombros de gigantes, não há coincidências, mas antes uma busca aturada, apaixonada e paciente.
Comprei este livro no aeroporto da Portela, em Lisboa, no exacto dia, em que, após o Natal e festa de Ano Novo, viajei de novo para cá. Uma pausa para comprar tabaco (esse vicio execrável, que nos torna, na actualidade, criminosos aos olhos da sociedade…), e eis um título que me chama a atenção. A viagem é para Bissau, e o título “Bissau em chamas – Junho de 1998), não podia deixar de captar-me a atenção. Pareceu-me coincidência, mas talvez não o seja – em cada viagem que faço a Portugal, sempre me abasteço de exemplares dos mais variados géneros literários, pelo menos quatro por cada mês que tenciono cá passar. A leitura e os livros sempre me encantaram, desde o dia (o dia exacto, eu lembro-me!) em que comecei a ler e o mundo, de repente, começou a fazer sentido para mim. Nesta busca constante do conhecimento na forma impressa, uma forma de ver o mundo subindo aos ombros de gigantes, não há coincidências, mas antes uma busca aturada, apaixonada e paciente.
O livro foi escrito por Alexandre Reis Rodrigues e Américo Silva Santos, e está editado pela Casa das Letras. Li-o quase de um fôlego. É despretensioso, no sentido literário do termo, e pretende apenas esclarecer a acção portuguesa no conflito de 7 de Junho na Guiné-Bissau, nomeadamente o resgate de cidadãos nacionais. É um livro exacto, numa versão de militares, em missão de paz. Mas pelo meio, inevitavelmente, esclarece em termos históricos as razões do conflito, as suas consequências e desfecho.
E percebe-se, nas linhas e entrelinhas, quem realmente sofreu com este conflito, aliás, quem sempre sofre com estes conflitos: o povo. Nos guineenses com quem falo, estão bem presentes os tempos que viveram, a fome, o medo, a solidariedade da grande família guineense. Enquanto as posições se endureciam, e o governo e Junta Militar, recusavam, numa fase inicial, qualquer hipótese de diálogo ou solução para o conflito, o povo abandonava Bissau e via a sua vida assumir contornos ainda mais precários do que os habituais.
O conflito destruiu o país, arruinou as suas já precárias infra-estruturas, arrasou a economia e a ninguém aproveitou. Um conflito desta ordem, apenas pode ter um ponto positivo: proporcionar a reflexão, a análise de como se pode em 11 meses destruir um pequeno país e mergulhá-lo em décadas de atraso e miséria. Mas essa reflexão, no meu ponto de vista, não está feita.
A foto que encima este post retrata três crianças nascidas pós-conflito. Nos rostos, a inocência, a esperança, a galhardia própria da idade. Saiba-se olhar para estas crianças e perceber que o seu futuro fica irremediavelmente comprometido, sempre que políticos e militares pensam apenas no seu orgulho e em manter o seu modo de vida e poder.
A Guiné-Bissau é dos guineenses e estes merecem que quem governe o país, goste tanto dela como eles próprios. Saiba-se reconstruir a Guiné aos poucos, mas com firmeza, anulem-se as hipóteses de novos conflitos e, dê-se aos guineenses aquilo que eles mais desejam: A Paz.
E percebe-se, nas linhas e entrelinhas, quem realmente sofreu com este conflito, aliás, quem sempre sofre com estes conflitos: o povo. Nos guineenses com quem falo, estão bem presentes os tempos que viveram, a fome, o medo, a solidariedade da grande família guineense. Enquanto as posições se endureciam, e o governo e Junta Militar, recusavam, numa fase inicial, qualquer hipótese de diálogo ou solução para o conflito, o povo abandonava Bissau e via a sua vida assumir contornos ainda mais precários do que os habituais.
O conflito destruiu o país, arruinou as suas já precárias infra-estruturas, arrasou a economia e a ninguém aproveitou. Um conflito desta ordem, apenas pode ter um ponto positivo: proporcionar a reflexão, a análise de como se pode em 11 meses destruir um pequeno país e mergulhá-lo em décadas de atraso e miséria. Mas essa reflexão, no meu ponto de vista, não está feita.
A foto que encima este post retrata três crianças nascidas pós-conflito. Nos rostos, a inocência, a esperança, a galhardia própria da idade. Saiba-se olhar para estas crianças e perceber que o seu futuro fica irremediavelmente comprometido, sempre que políticos e militares pensam apenas no seu orgulho e em manter o seu modo de vida e poder.
A Guiné-Bissau é dos guineenses e estes merecem que quem governe o país, goste tanto dela como eles próprios. Saiba-se reconstruir a Guiné aos poucos, mas com firmeza, anulem-se as hipóteses de novos conflitos e, dê-se aos guineenses aquilo que eles mais desejam: A Paz.
1 comentário:
Lembro-me perfeitamente dos dias inteirinhos que passavas na Biblioteca. Só interrompias a leitura para almoçar e eras sempre, ao fim do dia, o último a sair.
Eras tão pequenino...e já todo o tipo de leitura te interessava.
Assim se fazem os grandes homens..
Beijinho
Paula
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