quinta-feira, 23 de abril de 2009

A Equipa "Maravilha"



Pois é, já lá vão 18 meses na Guiné Bissau, tinha tanto para escrever sobre estes meses que aqui vivi, que de certeza vos iria cansar, mas também não queria deixar de escrever algo neste blog.

Quero enviar um grande abraço a todos os meus colegas que participaram na construção da Ponte de S. Vicente, tanto aos expatriados que aqui comigo viveram, bem como a todos os guineenses que aqui trabalharam.

Penso que qualquer cidadão europeu, devia viver em África, pelo menos 6 meses, para poder dar valor ao que tem disponivél no seu país, coisas que para qualquer europeu são banais, tais como, o direito à saúde, educação, o poder dispôr de electricidade, água potável, etc,etc, aqui nada existe, a não ser a tentativa de sobrevivência do dia-à-dia.

Mais uma vez, um grande abraço a todos os guineenses e em particular aos que conheci, dizer-lhes : "Não percam a esperança, não desistam, pois a mudança terá de ser mais um esforço de todos vós!"

Este mês me despeço de todos vós...



4 comentários:

Pedro Moço disse...

Amigo Veiga

O facto de escrever amigo com letra grande não tem como razão aparecer no ínicio da frase: és um Amigo com letra grande! Por vezes, mais que amigos, fomos irmãos, irmãos na partilha, irmãos na cumplicidade, irmãos na vivência comum.
Como dizes e bem, na Guiné pouco existe das comodidades da vida ocidental, mas o ser humano é inventivo e passamos a previlegiar outros "haveres" como a amizade, a partilha, a cumplicidade.
Muito mais dificil me teria sido o ano que passei aí sem a tua presença e a dos bons amigos que connosco partilharam a Tabanca 4. De todas as dificuldades só recordo agora os bons momentos, a nossa adaptabilidade, a nossa fraternidade. E tais momentos expressaram-se das mais variadas maneiras, recordo os passeios, os jantares, os churrascos, as pescarias, as cartadas, as conversas intermináveis, as quase lágrimas que muitas vezes correram quando falavamos da familia.
Estavamos lá. E lá sobrevivemos e fomos gente, respeitando os nossos iguais conterrâneos e autóctones.
Esta parecela da nossa vida não se vai esfumar, por certo e espero por muitos e bons anos poder contar contigo como amigo.
Um bem haja a todos nós e um abraço de amigo (estende-o também ao Benjamim, amigo de luta e tertúlias, fino na pesca e no acordar cedo).

PS: Já me esquecia, é verdade: também fomos fazendo a obra, parabéns a nós e a todos que nela colaboraram.

tiago disse...

Ò Beiga!!!

"...esta casa de banho tá cheia de grilos!! Fecha à porta carago!!..."

Parabéns pelo "esticanço" de cabos bem sucedido. A ti, ao Bejamim e ao resto dos VSLs...

Sê bem vindo de volta!!...

Os momentos da Tabanca 4 ficaram para sempre nas nossas memórias!..

Grande Abraço

Ps. Tas com uma cara de esforço na foto!..Guinada ou tavas a encolher a barriga? :P eheh

António Resende disse...

Gostaria de partilhar a vossa alegria pela ''Missão cumprida''.
Uma vez mais me penenticio de reconhecimento pela calorasa e fraternal recepção ao grupo Luso-Francês que capitaneei por alguns dias nesse país.
Se a Vossa Tabanca lá continuar, voltarei mais tarde para recordar.
Um abraço a toda a equipe.
António Resende
( Àfrica é um continente fascinante em todos os sentidos... Só para quem valoriza)
www.autocaravanaspt.blogspot.com

Hélder Valério disse...

Caros amigos
Para começar, os meus parabéns pelo trabalho executado, desenvolvido e concluído.
É bom ver acabar assim com alegria uma coisa que, em princípio, é para ser feita, mas que muitas vezes se arrasta e de tal modo, que se torna um "fardo", do qual só nos pensamos livrar o mais rápido possível. Não foi o vosso caso.
Para continuar, registo com agrado as palavras de Veiga e de Pedro Moço as quais revelam, mais uma vez, que os sentimentos que tenho encontrado na generalidade daqueles que, como eu, tendo estado nessa terra em tempos de guerra (parece que, em boa verdade, esses tempos ainda não passaram...) e que a recordam agora com imensa saudade, nostalgia e profunda simpatia, principalmente pelas gentes, são também repetidos por vós.
É curioso como as dificuldades nos fazem crescer. Mentalmente e não só.
É curioso como são os momentos em que as dificuldades vêm ao cimo, sejam elas de que tipo forem, que nos unem, que nos fazem ver todo o valor do companheirismo, da solidaridade, da nossa capacidade de lutarmos e vencermos as adversidades (dantes, também o medo) e nos torna mais capazes, mais fraternos.
Penso que está tudo condensado na frase "Estávamos lá. E lá sobrevivemos e fomos gente, respeitando os nossos conterrâneos e autóctones". É isso mesmo.
Para terminar apelo para que não deixem quebrar os laços que porventura tenham tecido. Aquela terra, aquela gente, principalmente as crianças, merecem que continuem ligadas por um fio de esperança que as faça acreditar que melhorar é possível, sendo certo que para isso não é preciso muito.
A terra é (aparentemente) pobre. Pode dar mais, muito mais, se bem gerida. As carências são muitas, é certo. Por isso é fácil para quem não esteve lá imaginar o pior lugar do Mundo.
Ajudem a contrariar essas idéias. Têm praias de areia clara na costa noroeste. Têm praias que rivalizam com as caríbas em algumas ilhas dos Bijagós. Têm zonas de floresta na região do Cantanhez que têm sido alvo de trabalho de preservação cuidada e da qual parece que já se vê frutos relativamente à flora e fauna e da integração (interacção) do ser humano com esse meio ambiente. Em algumas ilhas dos Bijagós é possível também apreciar aspectos únicos da Natureza. Ah, e temos as ostras em Quinhamel...
Mais uma vez, parabéns pelo vosso trabalho.
Hélder Sousa
(comissão militar em 70/72)